São pequenos
retalhos de realidade sincronizada, sublimados na cadeia ofuscante das rotinas
de cada dia. Momentos de celebração silenciosa, de manifestação despropositada.
São melódicos chilreares, e botões em flor, são bocas vincadas e olhos
lânguidos. Demarcam-se sozinhos, sem alarido ficcionado. Dentadas de realidade
simples, pesada ainda que criadora. São saudades tuas, grãos de areia fina no
teu pé descalço. Sincronização abstrata e abstraída, despretensiosa do sentido
que lhe dá força e condição. Metamorfoses, sussurros de verdade, crua. São
momentos avulsos de clarividência inconsciente. Lufadas de imprevisto e
genuíno. É sempre aí que te encontro a fitar-me sem saberes.
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