Corre-se de lá
para cá. Sem se notar, sem se sentir, vive-se num espírito de alheamento. Olha-se,
sem ver, fala-se sem sentido. Vergílio Ferreira dizia que as “palavras são
pedras, o que nelas vive é o espírito que por elas passa”; faz tempo já que estão
em estado de pedra permanente. Mais parecem peças de Legos
desconjuntados pelo chão. Não levam a lado nenhum. Não aproximam o que está perto e
não esgrimam causas, nem valores como antes. Generalizam-se em fóruns sociais,
chats cibernéticos, petições, mas estão a tornar-se ocas, aguadas, sem
conteúdo, sem sabor, sem espírito de acção. Armas de intervenção, sem centelha
de fogo, obsoletas e moribundas.
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