Andei
algum tempo sem me visitar. Acordo-me e deito-me todos os dias longe de mim.
Não me conheço nem me sei acabar ou começar tão pouco. Fiz de conta que sabia e
fui andando, andando para qualquer lado. Mas agora que aqui torno, vejo para
trás a poeira levantada pelo passo atafulhado, como uma caligrafia
indecifrável, escrita de olhos fechados. Não sei mais onde estou. Sei que tenho
junto de mim. Essa é a paragem onde sempre quero ir ter. Mesmo que não saiba de
onde venha nem para onde vou.
Contínuo
sem pressas. Mas dentro de mim algo se agita e me tenta agarrar ao chão que não
quer escorrer por baixo do pé também já não, já não quer ir tão rápido.
Penso em
todos aqueles bancos onde já tantas vezes olhei sem ver. Penso em todas as
fotos daqueles bancos de madeira, de ferro, de plástico, coloridos ou
cinzentos, molhados ou solarengos, todos se aglomeram num álbum desarrumado na
minha cabeça, no meu espírito que se alvoraça assim.
Queria ir
contigo para o fim do mundo e lá encontrar enfim o sentido com que tudo sempre
se revestiu. Lá sentir que posso ser mais eu e mais tu e mais nós. Lembro
aquela música do Chico. Aquela que ouvimos tantas vezes já. Curtinha que me faz
sorrir e chorar. Penso em ti aí longe sem estares. Penso em nós. No que querer
a seguir. Por onde ir afinal? Filhos, sonhos, desconhecido? Por onde deambular
para chegarmos ao norte que é o nosso? Por onde ir para contigo na mão me
encontrar e sossegar finalmente.
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